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Foto do escritorAmanda Guilherme

Minha experiencia com o ANIMAGE

Imagem: Banner de divulgação do ANIMAGE


Qualquer momento da minha vida de agora em diante em que eu acredite que tenho controle de algo, me lembrarei desse dia e em como a vida é engraçada.

Você já deve ter escutado a seguinte pergunta: "Quantos grãos de areia há em uma praia?", mas já pensou em como um grão de areia pode mudar a vida de uma pessoa? Com certeza não, bem, vou

Tudo começou quando vi a o oportunidade de participar de uma oficina que envolvesse minha área de atuação: Animação. A verdade é que eu estava meio que obcecada com alguma formula de socialização, tal como: uma terapia em grupo, o que acredito que uma oficina seja uma forma de terapia não convencional, funciona da mesma forma, pessoas estranhas, falando de suas vidas e do que gostam de fazer buscando um objetivo em comum.

Imagem: foto do Banner da Oficina ""Narrativas Outras - Do desenvolvimento ao roteiro, com Kalor"

Tendo isto, decidi me inscrever em uma das oficinas oferecidas pelo festival que foi a "Narrativas Outras - Do desenvolvimento ao roteiro, com Kalor", um dia antes da oficina começar, fui convidada à ser monitora do curso, o que eu imediatamente aceitei. Pela primeira vez entrei na Fundação Joaquim Nabuco e o que eu posso dizer? É enorme, não dá pra ter essa perspectiva do lado de fora, é o tipo de lugar que você precisa entrar pra entender.

Imagem: Meu crachá como monitora da Oficina

Eu me senti meio deslocada, mesmo sendo "ajudante" de uma oficina no qual eu já conheço o trabalho e mesmo estando com um pessoa que eu já trabalhei, Kalor, ainda assim, a ansiedade me atacou e não pude conter meus dedos entrelaçados uns nos outros a qualquer momento que ninguém estava olhando.

Imagem: Sala vazia que ocorreu a Oficina

O primeiro dia foi tranquilo, nós conhecemos e cada um contou um pouco da sua própria histórias, uns já estavam bem mais avançados dentro da área e alguns engatinhando, enquanto eu só estava existindo no meio desses dois mundo. A atividade que eu mais gostei foi quando foi pedido que os alunos ( eu fui de enxerida) que ilustrassem algum personagem que o representasse ou com o qual se identificasse, eu desenhei Arthur Fleck (eu sempre me identifiquei com ele e agora, mais ainda), foi maravilhoso , vê que cada um tinha uma história complexa para cada "pedaço de papel" colado na parede, é divertido pensar que mesmo estando em uma oficina, as pessoas já levam uma bagagem enorme consigo mesmas e que elas e que acarretam discussões interessantes e trazem perspectivas novas para um modelo tão fechado como o roteiro técnico.

Imagens: Ilustrações de alunos da Oficina


Pronta para o segundo dia, logo ao me levantar da cama, um pequeno e minúsculo grão de areia entrou no meu olho, o que me incomodou toda a manhã e de extra me fez lagrimejar e fungar pelos cantos da sala, isso já aconteceu comigo outras vezes, não pensei que no final disso eu me pareceria com Sean Diaz, mas quem disse que eu controlo as influências do mundo externo sobre mim?

Imagem: Meu curta-metragem "Não vale a pena sonhar" passando na TV para a turma

Eu tentei me manter o mais centralizada possível, mas é difícil quando você sente um corpo estranho dentro da órbita do seu olho e uma sensação agoniante de constante, o festival é um evento muito grande e importante, então sempre houve muita divulgação, acabei dando uma entrevista para a TV Globo. As pessoas são um pouco tímidas no sentido de se expressarem na frente da câmera. Eu acho que o problema nunca foi minha imagem e sim minha voz, de qualquer forma, fui lá dá minha entrevista com minha cabeça nas nuvens e meus pés no chão, eu nem vi passando na TV e juro que não quero vê, não do estado que eu estava mais cedo, de qualquer forma, é ótimo para meu currículo.

Até que chegou um momento em que eu não aguentei mais, pois não conseguia manter meus olhos abertos de tanta dor, acabei indo para o Altino Ventura, mas não sozinha. Uma mulher, aluna da sala, chamada Gisele, me ajudou e me apoiou em todos os momentos, me levou de carro, ficou esperando minha liberação, foi comigo até as farmácias fazer uma pesquisa dos medicamentes, me deu uma carona até em casa e me perguntou se eu estava bem depois. Definitivamente, não sou uma pessoa muito religioso, muito pouco ainda, alguém que crer em seres sobrenaturais/paranormais, mas sem dúvidas alguma, Gisele hoje foi um anjo na minha vida.

O resultado? O pequeno grão de areia, havia ficado em baixo da minha pálpebra assim, ocasionando cortes, acabei tendo que fazer um curativo, peguei 5 dias de atestado, mais uma lista de medicamentos e procedimentos que preciso fazer, para que meu olhe não infeccione e me cause mais dor e problemas.

No momento, eu não posso fazer muita coisa. Sem festival, sem roda de conversa e sem monitoria, o que me resta agora é pensar em como vou pagar meus medicamentos e como vou tratar do meu olho, para não correr o risco de ficar cega. Talvez, da próxima vez eu deva desenhar Sean e não Arthur.

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