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Foto do escritorAmanda Guilherme

Não vale a pena sonhar - Curta-metragem


Imagem: Cartaz do curta-metragem "Não vale a pena sonhar"

Imagem descrita: A imagem apresenta o título "Não vale a pena sonhar de Amanda Guilherme" no topo, seguido por uma silhueta de um homem e uma mulher se beijando, ambos na cor laranja. Dentro da silhueta, há diversos quadrados dispersos em tons de vermelho, laranja escuro, roxo e azul, criando um padrão vibrante e dinâmico. Espalhadas dentro dessa silhueta, há variações da frase "Não vale a pena sonhar" em vários idiomas, como inglês, português, alemão, espanhol, francês, sueco, entre outros.


Sinopse:"Não Vale a Pena Sonhar" é uma animação ambientada nos anos 1930, utilizando o estilo de arte Wick para contar uma história de amor improvável. A trama segue um homem humilde que se apaixona perdidamente por uma mulher de classe nobre, enfrentando a dolorosa realidade de um romance idealizado.

Data de Conclusão: 11 de agosto de 2024

Duração: 2 minutos e 46 segundos


Processo Criativo

Como na maioria dos meus trabalhos, decidi manter meu estilo Wick. É mais uma tentativa de me fundir com meu estilo, até nos tornarmos uma única coisa.

Nunca fui uma grande designer, mas tive que aprender (assim como tudo) para continuar meus projetos. Faço a maior parte dos meus projetos sozinha, ou seja, se eu não fizer, ninguém faz. Não tenho dinheiro para compor uma equipe e quase 99% dos projetos pessoais que faço com alguém, sem promessa real de dinheiro, são fadados ao fracasso. Mas gostei muito deste cartaz. Diferente dos últimos dois curtas, este tem uma coloração diferente. Ele é composto por pequenos quadrados, todos de cores diferentes, e sua silhueta, que seguindo a lógica do meu estilo e dos meus últimos cartazes, seria branca. Nesse caso, é um laranja que traz uma sensação de conforto e energia, um calor equilibrado para uma cena de beijo. A parte que mais gosto é como essa imagem simplifica toda a idealização do personagem principal, que é conseguir conquistar o amor da sua vida.


Uma das partes mais chatas foi a escolha da música. Não sou muito boa em inglês, então escolher uma música não só pelo seu ritmo, mas também que encaixe perfeitamente com o que o curta quer passar, foi uma tarefa bem tediosa. Só de escrever isso, lembro das playlists intermináveis que tive que escutar buscando algo que trouxesse a energia que eu desejava.


Imagem: Frame do curta-metragem "Não vale a pena sonhar"

Imagem descrita: A imagem é um frame do curta-metragem "Não vale a pena sonhar", retratando o desenho no estilo wick ( composto pelas cores preto e branco) de uma mulher com um leve sorriso no rosto, enquanto olha para baixo.


Como tive a ideia?

Era mais um dia comum na casa do meu avô. Estávamos assistindo ao filme “Lisbela e o Prisioneiro”, que sempre gostei, mas tenho uma resistência quanto ao final da história. O filme está cheio de músicas, algumas ótimas e outras estridentes. De qualquer maneira, uma das músicas ficou na minha cabeça, uma que é repetida várias vezes no filme, “Deusa da Minha Rua”, interpretada por Geraldo Maia.

Para quem me conhece, mesmo que pouco, sabe que não suporto o gênero romance e como ele normalmente é tratado pela mídia (quaisquer que sejam). Posso sibilar que me dá asco o quão clichê, rude e desconexo da realidade são os romances. Não estou dizendo todos, há bons romances e ótimos escritores. O que digo é que a idealização de um amor verdadeiro, sem peso e sem defeitos, distorce o que há de mais puro no amor: as relações humanas. Ignora completamente as brigas, as falhas, as voltas e revoltas que há no amor. Na minha humilde opinião, o amor não é uma linha reta. Às vezes, temos nossas próprias deusas da rua, que são inacessíveis, distantes, que colocamos em um pedestal, transformando a pessoa em uma persona que criamos com base no que acreditamos e queremos. A música fala sobre a dor de um rapaz que, embora apaixonado por uma moça que mora em sua rua, a torna tão inalcançável que o relacionamento deles se torna utópico.

Será que o amor transcreve isso? Óbvio, mas não é rotineiro e banal como os livros de romances mais vendidos tratam. É algo mais complexo. A ideia de criar um curta-metragem onde o personagem principal persegue o que acredita ser o amor da sua vida é engraçada. Ele mal a conhece, tudo o que vê é seu visual, nunca sua verdadeira essência. Ele não a conhece o suficiente e não parece se importar em conhecer, como se todos os seus sentidos lógicos estivessem escondidos dentro de uma caixa, que ele jogou pela janela. Tudo o que mais deseja em sua humilde existência é aquela mulher que ele não conhece, com quem não conviveu, mas acredita fielmente ser o amor de sua vida.

Como não acredito em destino, isso não passaria impune. E, embora tente, ele não a consegue. Abalado com a realidade, um exagero momentâneo, ele decide afirmar o surgimento de uma nova ideia: que não vale a pena sonhar pela moça.

           


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